Os católicos romanos continuamente apontam para a Sé de Roma como sendo a Cátedra de São Pedro em sua Igreja, o que é parcialmente verdade histórica. Porém, a Cátedra de São Pedro funciona também na Igreja Ortodoxa.
Todo Bispo Ortodoxo que partilha corretamente a palavra de Verdade é um sucessor de São Pedro e todos os Santos Apóstolos. Todo Bispo Ortodoxo em sua diocese é a fonte de autoridade sacramental em sua diocese e todos os sacerdotes em sua diocese celebram os Santos Mistérios com a bênção de seu Bispo Ortodoxo. Todo Bispo Ortodoxo em sua diocese é responsável pela preservação da unidade da igreja local e é a fonte daquela unidade.
Dioceses locais então se reunem e formam um sínodo regional, com o bispo da cidade mais importante sendo o Metropolita daquele sínodo local. O Metropolita também exerce a Cátedra de São Pedro no sínodo local e é responsável pela unidade do sínodo local.
Vários sínodos locais então se reúnem e formam um sínodo regional, no qual o primeiro hierarca daquele sínodo regional possui o título de arcebispo. Ele também é responsável pela unidade do sínodo regional e exerce a Cátedra de São Pedro entre eles.
Alguns desses arcebispos também possuem o título de Patriarca de acordo com a história e lugar de honra pela importância da cidade que ele representa. Esta cidade geralmente é uma capital nacional, ou uma cidade associada com os Apóstolos. Desse modo, Sua Beatitude o Patriarca Ignatius IV é também um sucessor de São Pedro, que foi o primeiro bispo de Antioquia.
A sucessão linear e histórica desde São Pedro dos dois Patriarcados de Antioquia e de Alexandria está bem documentada. Antioquia diretamente através de São Pedro e Alexandria por intermédio de São Marcos, o discípulo de São Pedro. A hostilidade inicial das autoridades romanas com respeito aos cânones aprovados pelos terceiro e quarto Concílios Ecumênicos, que colocaram Constantinopla em segundo lugar após Roma e em igualdade de honra e privilégios devidos a Roma, foi por causa de que isto significava um menosprezo pela autoridade Petrina na Igreja Ortodoxa (não tanto da autoridade romana, mas de Alexandria e Antioquia).
Então entre esses Patriarcas, a Roma Antiga ocupou o primado na Igreja Ortodoxa. Esta primazia foi definida pela Igreja Ortodoxa como sendo de "primeiro entre iguais", desse modo ratificando a igualdade carismática de todos os bispos ortodoxos.
Uma vez que o arcebispo de Roma, o Papa, ocupava o primado na Igreja Ortodoxa, ele era responsável pela preservação da unidade da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Isto se percebia principalmente no fato de que Roma constituía a última corte de apelação antes que um assunto pudesse ser julgado por um Concílio Ecumênico da Igreja Ortodoxa inteira.
O fato de que Roma detinha o primado e era a última corte de apelação não era compreendido como infalibilidade papal, que era desconhecida dos Padres da Igreja Ortodoxa. Isto é claramente observado no fato de que um Papa de Roma (Honório) foi condenado como herege por um Concílio Ecumênico.
Fonte: | Artigo de autoria do Leitor Alban Mosher, da Igreja Greco-Ortodoxa de Santa Catarina do Sinai (EUA), em data de 25/08/98. Traduzido por Luís Gonzaga de Medeiros, em 01.02.99 |
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